Qualidade
“Notícia falsa se combate com mais liberdade de imprensa e com jornalismo de qualidade”, afirmou Felipe Recondo, um dos criadores e diretor de Conteúdo do Portal Jota. Ele destacou também o desafio enfrentado pela imprensa na busca por informações. Recondo afirmou que, quanto maior o volume de dados e a transparência do Judiciário, do Executivo e do Legislativo, mais notícias confiáveis poderão ser produzidas.
“Novas mídias: fatos, versões e fake” foi o tema do painel que reuniu jornalistas e especialistas. FOTO: Gil Ferreira.Agência/CNJ
O advogado e jornalista Miguel Matos, editor do informativo jurídico e eletrônico Migalhas, falou sobre o perigo de o combate às notícias falsas colocar em risco a liberdade de imprensa.Para ele, notícias erradas, sensacionalistas ou boatos não podem ser confundidas com fake news, que são notícias fabricadas com a intenção de obter um ganho político ou financeiro, muitas vezes baseadas em fatos verdadeiros para contar uma mentira. “A melhor forma de atuação do Poder Judiciário é com a educação, estimulando as pessoas a não compartilharem o que não se tem certeza se é verdade”, disse.Para Matos, o chamado direito ao esquecimento, a permissão para retirada imediata de notícias supostamente falsas, é uma nova censura que se reflete diretamente nas novas mídias, em especial nos pequenos blogs.Diretora-executiva do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do Conselho, a professora Maria Tereza Sadek destacou a importância do debate promovido no seminário. “A liberdade de expressão é fundamental porque [é a base de todas as outras liberdades. Ela não só está na Constituição, como é a primazia básica do direito”, afirmou.Estudo conduzido pelo DPJ obtido a partir de informações de processos existentes em cadastros pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), revelou que a Justiça Eleitoral é responsável por 25% dos processos que envolvem liberdade de imprensa no País.A maioria dos casos – 68,7% – é de processos contra veículos de imprensa que tramitam na Justiça estadual.