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Desafios e caminhos para juízes após aposentadoria são temas de palestra

Debate integrou programação específica para aposentados no 19º ConamatA transição do período de exercício para a aposentadoria de magistrado e a vida pós-jubilamento foi tema de palestra ministrada pelo desembargador aposentado do Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região (MG), Márcio Túlio Viana, durante a programação especial do Conamat para os Aposentados, neste dia 2 de maio, em Belo Horizonte. Também participaram da mesa o presidente da Anamatra, Guilherme Guimarães Feliciano, e a diretora de Aposentados e Pensionistas da Amatra 5, Geruzia Martins de Amorim e Souza.Durante quase uma hora de fala, Márcio Túlio Viana, que atualmente é docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc-Minas), explanou sobre o paralelo entre a vida dos juízes antes e depois de se aposentar. Segundo ele, a aposentadoria traz desafios aos juízes, entre os quais está a perda dos hábitos e da rotina, o que pode gerar certo receio aos magistrados. Por outro lado, a aposentadoria traz uma liberdade que, em geral, os juízes não gozam durante a vida de trabalho, explicou.Para exemplificar, o desembargador aposentado explica sobre a pressão sofrida pelos magistrados, por parte da sociedade. De acordo com Viana, o mundo atual exige um comportamento que antes não se exigia. “Muitos juízes tentam seduzir as pessoas, ser mais gentis, porque hoje a sociedade fala. Mas o contrário também acontece, (o juiz) pode ser demonizado”, afirmou.Ainda de acordo com Viana, o peso da fala de juiz, adquirido durante a vida de magistrado, pode ser carregado ainda durante a aposentadoria. O acadêmico explicou que, durante seu tempo de trabalho, muitos juízes aproveitam a sentença para “passar recado”, ou seja, pressionar para que um sujeito seja preso ou pressionar para que outro fique em liberdade. Depois de aposentado, ela acaba sendo solicitado para opinar sobre diversos assuntos. “Muita gente me pede opinião até hoje”, contou. Mas ele alerta o risco de se perder a autocrítica, como é comum acontecer com tantos magistrados.Concordando com o colega, nas ponderações finais, Geruzia Martins de Amorim e Souza, lembrou que quando um juiz se expõe na mídia, ele expõe junto a Magistratura. Sobre o que fazer depois da aposentadoria, a diretora de Aposentados  e Pensionistas exemplificou que muitos ex-juízes se enveredam por novos caminhos como a psicologia, a literatura, arquitetura e, com isso, dar um novo rumo e aumentar a longevidade.Márcio Túlio Viana disse ainda que encontrou um novo fôlego na vida acadêmica, pela qual é apaixonado. Ele sugere que o magistério seria uma opção para quem está na dúvida sobre o que fazer após a aposentadoria, pois coloca os juízes em contato com pessoas jovens.Conamat - O Congresso Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Conamat) acontece bianualmente e conta com participação de magistrados de todo o país. Em sua 19ª Edição, o evento, que acontece de 2 a 5 de maio, em Belo Horizonte, conta com a parceria da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 3ª Região (Amatra 3/MG) e reunirá cerca de 600 pessoas entre ministros, juízes, desembargadores, advogados, procuradores, estudantes de Direito e entidades da sociedade civil de todo o país para debater tema “Horizontes para a Magistratura: Justiça, Trabalho e Previdência”.As palestras estão sendo transmitidas ao vivo e ficarão disponíveis no canal TV Anamatra no Youtube. Inscreva-se e acompanhe: www.youtube.com/tvanamatraAcesse o Flickr da Anamatra e confira toda as fotos do evento:  www.flickr.com/anamatraConfira o site do evento: www.anamatra.org.br/conamat

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